terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Dê nome aos bois.

Essa semana fui bem grosso em algumas publicações em redes sociais, falavam tanto de amor, sua importância e suas feridas, semelhavam o amor de verdade, a essas paixões de início de ano, pessoas que conhecem pessoas e em duas semanas, já estão amando incondicionalmente, e sofrendo pelos quatro cantos do quarto, fazendo da melancolia sua companheira, e essas mesmas pessoas citavam os pensadores que tinha uma ideia refinada do amor, das paixões, das desilusões amorosas, pessoas maduras, de vivência no campo bem vasta e isso doeu bastante, essa coisa de diferença de idade não importa, de forma alguma, prefiro maturidade do que tolices diárias. E quão surpreendentes as pessoas são. Prestes a completar vinte e sete anos, não sei o que é o amor de fato, mas quem sabe eu esteja bem perto de viver e isso, ou esteja vivendo e quem sabe não colhi o necessário para notar isso. Antes que tudo, amor é maturidade. 

Sim, conheço casais que vivem juntos bem mais que dez anos, um casamento bacana, toda uma doação, toda uma entrega, filhos, cachorros, contas e toda bagagem que uma união trás e elas falam sobre isso, falam sobre o amor, sobre fidelidade, tolerância, compatibilidades. A juventude está entregue a promiscuidade, as aventuras semanais, as falsas promessas de um bom futuro, quem sabe seja esse um fato ímpar que faça com que as pessoas sofram tanto, se entreguem tanto e caiam de cara no chão. Passei por várias situações, não aprendi o suficiente para poder citar num manual as regras do amor, isso vai além das fórmulas que lemos em revistas, dos textos ou crônicas nos jornais, ás vezes as pessoas esquecem que somos humanos, cada um com suas particularidades, com suas metas de vida, com seus encantos e hoje em dia raramente você abre mão do que te satisfaz para satisfazer a vontade do outro. 

O que aprendi depois de sofrer e fazer sofrer um bocado, é que amor é uma luta diária contra os outros sentimentos, é um abraço apertado com a tolerância, é aquele beijo não tão molhado com a alegria, são cócegas nos pés, algo que te irrita, é inusitado, mas que te proporciona uma felicidade de minutos. E só percebi isso quando parei de não tentar na primeira briga, na primeira discordância  no primeiro dia ruim que eu tive que enfrentar, nas crises de ciumes e as vezes que desliguei o telefone bem antes de terminar uma única frase. Tudo bem que eu não são a melhor pessoa do mundo para namorar, não, tenho muitas rompantes, ideias formadas, uma mente que viaja e umas atitudes que irritam, isso me fez concluir que se hoje estou prestes a completar nove meses de namoro é sinal que você me compreende o necessário para saber que tudo isso faz parte da nossa maturidade em conjunto. 

E é isso que eu queria que outras pessoas vivenciassem, para só depois, bem depois, falar mal do amor, ou banalizar a palavra, não acho digno a mera semelhança de amor com paixão, nem mesmo aquele tipo de sentimento que não tem nome, nem forma, esses sentimentos que apenas existem, que eu geralmente chamo de afeto. 

Vamos melhorar esse quadro, doar-se mais ao nosso amor próprio, quem sabe só depois de você amar-se incondicionalmente você terá motivos para partilhar desse sentimento tão nobre e tão complexo!
 
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