sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Rendo-me aos meus sentimentos, meus!



Sentia minhas pernas tremendo, coração acelerado, meus olhos miravam para todos os lados, esperando ver você surgir de qualquer parte, seu jeito de caminhar apressado me instigava, sua altura perfeita, a sincronia nas mãos, um abraço, um olhar de satisfação e naquele instante, comecei a me apaixonar por você, era como se fosse a primeira vez que me apaixonava, me esqueci de como era sentir essas emoções, quase mudo, pouco conversei, souber ser aquele ouvinte sereno, algumas gargalhadas e nessa brincadeira de adolescente, já passamos dos seis meses de namoro, no segundo dia já fui apresentado como "meu namorado" e o turbilhão de emoções só fazia crescer, fui descobrindo suas particularidades, suas manias, dedicando-me a ser a pessoa que você deveria contar em qualquer situação de sua vida. Além de namorado, queria ser lembrado como o fiel amigo... Tudo balela, muita balela pra pouca ocasião.

Gostar de você foi fácil, complicado está sendo te redescobrir, sentir falta daquilo que os populares chamam de "flores iniciais" deparo-me agora com os espinhos, sua indiferença e seus mistérios que querendo, acadei a descobrir, descobri não foi tão complicado quanto ao fato de você omitir as verdades absolutas que eu já sabia, só queria uma confirmação honesta, uma explicação fútil. Qualquer coisa que eu voltasse a sentir que mesmo não estando todos os dias ao teu lado, meu coração inquieto, poderia sossegar sabendo que naquele coração seu, agora já não tem espaço para um novo amor, meu coração cheio e repleto de carinho estava seguro de que ali, naquele seu peito macio ele estaria seguro. Mais balela!

Não, não estamos apenas de crises sociais, as crises emocionais pouco comentadas na mídia só visam a indiferença  uma separação repentina e uma reconciliação tola, juras de amor sem nexo e passado isso, tudo volta a ter a forma degradante das emoções, não que mais nada me agrada em você, mais forma seus costumes que deixaram-me assim, centrado em cada indiferença e quando sou eu que faço coisas, se tivesse uma penalidade para quem se importa de mais com se ama, eu estaria pagando caro ás vezes que deduzi e acertei em cheio nas desconfianças. Achei uma infantilidade da minha parte tratar-te como te tratei, maturidade bacana é chegar, sentar e dialogar sobre nossas aflições, e olha que eu tentei, por inúmeras vezes, mais você se esquiva de tudo, como se seu passado não refletisse em seu presente e abalasse tudo aquilo que você ajudou a construir.

Cansei de carregar pesos e erros, de vestir a capa de ciumento e inconveniente  se você soube ganhar-me com todo seu cuidado, carinho e atenção, digo-lhe que já me perde com a indiferença, com as pequenas mentiras, com o jeito frio de não saber conversar o que se passa, com tudo aquilo que já faz falta... Enojo-me  por isso, fiz um esforço hercúleo em vão, da minha parte existe uma mágoa, no dia que fui munido de coragem para dar um fim nessa história toda, você soube de uma maneira tranquila, expor alguns motivos que travaram minha decisão "não me deixe não, por favor" só queria saber que parte desse pedido existiu uma dose de verdade, sim, eu gostaria de saber onde e com quem eu estou namorando? Até quando mais mistérios? Até quando mais situações estressantes? E de pensar que quando "reclamei" da sua falta de atenção comigo você falou que " há... no início eu marcava mais em cima porque tinha muito medo de perder... más agora você me pertence" Não, não é bem assim que a coisa funciona, gosto dessa coisa da entrega, gosto de saber que alguém se importa comigo de verdade, que nem que seja em algum momento do dia você pare, pense... e imagine como estou, o que estou fazendo, quem está comigo... Mais pensando bem, isso é pedir muito, já que agora tenho sua nova personalidade para desvendar, posso não me dar ao luxo de não querer passar por isso, e não quero, não que eu seja fraco, mais porque existe em mim, aquele amor próprio, sim, amo-me bem mais que a você, é claro que eu não me basto, mais posso conviver com a solidão, até que o ciclo passe e em meio a novos caminhos, quem sabe exista um novo cruzamento, uma nova pessoa, uma nova situação. É um risco que estou disposto a passar!
 
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