Definir-se é como montar um quebra-cabeças. Dificilmente vamos concluir em minutos ou aos poucos vamos unindo as partes do nosso todo. Agora a pouco, li um Sobre mim num perfil de um amigo no Facebook, mais um Santana, pouco parecido comigo e extremamente semelhante em alguns atos. Gosto quando isso acontece, parece que lemos nossa história com uma versão menos ousada e mais resumida. E isso me fez pensar.
Somos seres em evolução diária, seja nas atitudes, seja na mentalidade ou que seja no conjunto que compõe o todo, mas mudamos aos poucos e só damos conta disso depois de muito sofrer e vencer na vida. E quem eu era aos vinte e cinco? E quem eu sou aos vinte e seis? Antes eu era menos tolerante, não ligava muito para o futuro que acontece à cada minuto, despojado nos pensamentos e nas atitudes e ponderadamente exposto a quem eu realmente sou. E isso me agrada, em envaidece, gosto da maneira como encaro algumas coisas na vida, gosto do meu jeito particular de surtar e antecipadamente sentir emoções que podem afetar minha vida em etapas. Já tentei parar de pensar no que fazer a cada instante, mas esse é mais um fato que se torna real e eu vejo que não consigo. Queria saber o que me torna uma pessoa especial, dessas que se destacam na multidão. E acho que analisando minha personalidade e toda a carga moral que carrego, tenho uma base do que seja: A minha particularidade de encarar a vida e as situações.
Outro dia lembrei de coisinhas que me fazem esquecer alguns erros e ficar agradecido pela oportunidade perdida. Todos temos algo a oferecer, sim, nós temos. Somos capazes de manter uma conversa e levar para o nível que desejarmos. Temos essa coisa de manter uma sintonia pouco notada e especialmente direcionada. Guardamos o nosso melhor para despejar com que faça por merecer. Já deixei de compartilhar coisas incríveis, dividir musicas que me fazem viajar e citar meus autores favoritos. Já falei coisas que não compreenderam e fizeram pouco caso. E é a vida, tudo isso faz parte desse conjunto, é como manter um equilíbrio, você precisa conhecer pessoas e posturas, conversar e analisar, provar e ser posto à prova. Errando e acertando, ás vezes deixando uma lacuna na mente e favorecendo seus sentimentos. E vejo que tenho um pouco de tudo, de cada pessoa reservo algo bom. E me vejo moldado em pessoas, lugares e falas. O que posso fazer é apenas unir esses fragmentos, criar uma intimidade e por em prática tudo no momento certo.
E noto aos poucos que minha melhor definição é essa, sou meu todo, e ainda tenho espaço para agrupar-me a massa. Reservadamente disposto a sofrer e amar, preparado para ouvir sim, não e tanto faz, e instruído a ficar calado no momento certo.
E digo mais.... Ainda é um resumo do que sou. Não vou citar frases do Fiódor Dostoiévski para parecer "culto" nem ouvir "pagode" para fazer a linha popular e tampouco submeter-me a situações que fogem do meu raio sensatez. Quero ser exatamente como eu sou, meu humor define meu status de equilibro, e por mais que eu queria mostrar-me como eu sou, isso será privilégio para pouco, bem poucos!