Despido.

Ainda sem jeito de olhar nos olhos e dar o primeiro passo, ele lembrou de outras situações que viveu e soube sair-se tão bem, tão bem que tornou-se inesquecível, tão bem que ainda arranca suspiros e tão bem que soube sair na hora certa, para que as marcas de um momento não o tomasse para si! A boca estava seca, os olhos brilhantes, encantado pelo sorriso simples e espontâneo, inebriado com aquele perfume que depois de longas horas de conversas ele soube o nome. Desejou ter o poder da telepatia e poder ler aquela mente, desde o primeiro olhar, desde o primeiro sorriso e desde o ultimo gemido. Mas ele relaxou quanto a isso e deixou as coisas tomarem um rumo.

Depois de beber mais uma taça de um bom cabernet, relaxar e saber que aquele momento seria o inicio de algo que sem nome, mas com jeito deixava-o feliz com tudo que conversavam. Sentiu aqueles lábios, firmes e úmidos tocarem os seus, deliciou-se com o beijo que sonhará por longos dias, abraçou aquele corpo de formas desejáveis e fez valer a pena cada segundo daquele instante não ligou para coisas que ligava antes, apenas estava presente de corpo, alma e coração. Que por muitas vezes estava presente, participando, mas a mente viajava por uma dimensão pouco conhecida.

Sentiu um frio na barriga, sentiu um arrepio diferente, um calor invadiu seu corpo, como a chama de uma paixão adormecida, identificou-se com suas carícias. Dedicou seu momento a ele mesmo. Mereceu viver aquela noite, retribuiu cada carinho recebido. E desejou parar o tempo.

Revelou pequenos segredos, não foi necessário usar máscaras, sua naturalidade unida com seu desejo mostrou seu verdadeiro sentimento, suas reais intenções e mais uma vez, como já não sentia-se há muito tempo. Entregou-se sem medo de errar, sem medo de sofrer sem medo de ser uma noite e nada mais.

Bem antes de adormecer, e antes do ultimo beijo da madrugada ele agradeceu aos céus por estar ao lado de uma pessoa que o entendia, que supria sua necessidade. Concluiu que poderia ser sedo, mas toda a troca de sentimentos era verdadeira, visível, degustável e estupidamente reciproca.