sábado, 8 de janeiro de 2011

Sobre quando me tornei amargo.

Gosto de chuva, dia frio e bala de café, odeio lugares cheios, pessoas falsas e palavras ditas sem pensar. Alguém pode comigo? Nem eu mesmo. Por favor, nem tente dizer que isso é tão normal, vai ver você esteja passando por um periodo ruim de sua vida ou coisa do tipo, isso não cola mais comigo. O lance agora é bem sério, as idas e vindas do amor, deixaram marcas que o tempo não quer apagar. Começando em não começar direito, nunca me entregar por inteiro ou fazer de cada momento a coisa mais linda do mundo. Quem inventou a frase "decepção não mata, mas ensina a viver" deveria estar drogado ou algo parecido. Minha nossa quem vivi numa total fossa?
Nem eu sei a resposta, mas sou fã do tempo por isso, mudamos, se acertamos ou não isso não vem ao caso. O gosto amargo se deu a uma pessoa que tentei ingerir, de uma maneira  absurda, tornei-me dependente de um carinho que nunca tive, usei de minha fragilidade para agarrar-me com força total numa paixão doentia e sem base. Mas o que eu poderia esperar de um coração bem bandido? Nada não é mesmo. Dizer que eu era doce e os escambal  poderia ser uma maneira de rolar uma análise por aqui. Mas a coisa não é bem assim.
No guia prático de paqueras, aprendemos que devemos ser honestos com nossos sentimentos, falar o que se pensa, melhorar o que deve ser melhorado e dai é só curtir os benefícios de uma vida plena, regada de felicidade e beijo na boca. Mas isso nunca funcionou comigo. Doação de amor, não se encontra numa esquina, respeitar limites se torna fundamental. Abrir mão de algumas manias também, mas para muitos isso é um preço bem alto. Eu não, nem sou de ter mil manias, conversando tudo se entende e assim está bom.
Mas travei-me para o real, se rolar uma vontade que seja uma vontade, vai passar, superarei mais essa e assim caminho com meus planinhos de fundo de quintal. Ninguém quer viver um romance baseado em regras. Regras são chatas. Rolando uma fidelidade, uma cumplicidade na cama e quebrando com jeitinho alguns tabús quem sabe a coisa dê certo.
Mas depois de viver algo parecido e ter decepcionando-me amargamente, comecei a curtir a coisa, subjugar as palavras, desdenhar sentimentos e não acreditar no amor e sua base forte. Passei a viver a coisa, sem esperar muito, sem ter medo de dizer que já deu, dizer não, não  doi mais. E fui levando esse novo eu como quem queira não mais acreditar em nada. Restando-me meia dúzia de carinhos para partilhar.
Mas la vem o tempo, trazendo pessoas e momentos, fazendo-me engolir esses hábitos arcaicos renovando a cota de carinhos, enchendo-me de emoções sinceras. Acho que esse ano, tomarei uma dose cavalar de carinhos, aflorarei meus sentimentos e saberei conversar mais, ouvir na mesma proporção e quem sabe brindar um futuro bonito.
 
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